por Estela Maria Costa Monteiro*
Katie Bouman.(MIT/Divulgação)
Como publicado aqui no portal nessa semana (10/04), sobre a primeira imagem capturada de um buraco negro, pelo projeto do Telescópio do Horizonte de Eventos (The Event Horizon Telescope- EHT). Para saber mais sobre clique aqui.
A Kathetine (Katie) Bouman em conjunto com outros cientistas, foi uma das principais responsáveis por criar e elaborar um algoritmo que foi capaz de contabilizar os dados obtidos pelos telescópios e gerar a imagem do buraco negro.
O algoritmo que foi criado, em 2016, é chamado de CHIRP que foi capaz de sobrepor todos os 5pentabytes (5000000 gigabytes) de dados copilados pelos oito radiotelescópios potentes ao redor do mundo, que unidos, formam um só telescópio virtual com tamanho igual à distância máxima entre eles. O volume de dados foi tão grande, que foi necessário reunir fisicamente todos os HD’s externos utilizados.
Como cada telescópio possui capacidades distintas e especificas, eles absorvem imagens em taxas diferentes. O desafio consistiu em formular um algoritmo que identificasse da mesma maneira os dados encontrados em cada telescópio.
Simplificando seu funcionamento: quando três telescópios medem uma mesma região, acontece ruídos de interferência, portanto o sistema exclui as imagens que não estão semelhantes. Quanto mais imagem se obtém de um mesmo local, mais preciso o algoritmo da exclusão das imagens com interferência. Sendo assim o sistema foi construindo e refinando cada imagem para criar a imagem final do buraco negro.
Mais sobre Katie
Katie Bouman é uma Ph.D. do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT). Atualmente é pós-doutoranda no Event Horizon Telescope (EHT), mas entrou no projeto há seis anos, quando o MIT havia anunciado a iniciativa. Ela é Ph.D. em Engenharia Elétrica e Ciência da Computação no Instituto, se formando no mesmo curso em 2013. Atualmente ela é professora assistente no Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech) dentro do departamento de ciência da computação do MIT.
Facebook / Arquivo particular
"É necessário o incrível talento de uma equipe de cientistas de todo o mundo e anos de trabalho duro para desenvolver o instrumento, o processamento de dados, os métodos de imagem e as técnicas de análise necessárias para realizar esse feito aparentemente impossível", explicou Katie no Facebook.
*Estela Maria Costa Monteiro aluna da UNIFESP e colaboradora do Portal Píon.