Escrito por Leonardo Sioufi Fagundes dos Santos*.
Foto: Universidade de Berna.
Uma equipe internacional de astrônomos descobriu mais um planeta fora do sistema solar. O novo planeta é denominado GJ3512b. A distância entre a Terra e o GJ3512b é de 369.000.000.000.000km, o equivalente à 39 anos-luz (um ano-luz é a distância percorrida pela luz durante um ano). A descoberta foi publicada na famosa revista científica Science no dia 27 de setembro de 2019 e teve um total de 182 autores, onde a maioria é espanhola.
Até o dia 20 de agosto de 2019, os astrônomos já haviam catalogado 2.724 planetas (dado obtido na Wikipédia). O GJ3512b apresenta uma diferença em relação aos 2.724 planetas anteriores. As massas das estrelas até então conhecidas é superior à 1.000 vezes à massa dos planetas. Por exemplo, a massa do Sol é cerca de 1.050 vezes maior do que a jupiteriana ou aproximadamente 333.000 massas terrestres. A massa da estrela onde o GJ3512b orbita é de apenas 270 vezes a massa do planeta. Uma massa tão pequena em relação ao planeta não havia sido observada antes e nem mesmo prevista por cálculos astrofísicos.
A mídia nacional e internacional divulgou que o planeta gigante descoberto "não deveria existir". De fato, há uma grande diferença entre as teorias atuais sobre a relação entre planetas e estrelas e o GJ3512b. No entanto, o planeta existe. A Física e a Astronomia devem mudar porque o objetivo das ciências é a descrição dos objetos estudados.
Além da descoberta em si, o planeta GJ3512b revelou duas facetas da ciência. Em primeiro lugar, o cientista não é um gênio isolado, ele trabalha em equipe. Além disso, a ciência não é um conjunto de respostas prontas, mas um conhecimento em constante evolução em busca de uma descrição completa do Universo.
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* Leonardo Sioufi Fagundes dos Santos é coordenador do Portal Píon da Sociedade Brasileira de Física e professor de Física da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), campus de Diadema.