A matéria escura é um dos maiores mistérios da física moderna, e há dois caminhos para tentar descobrir de que se trata. Um é baseado na astrofísica e nos efeitos gravitacionais que a matéria escura pode produzir. Outro é baseado na física de altas energias, com a busca de sinais de partículas que pudessem responder pela matéria escura.

Um trabalho recente publicado pela Colaboração LHCb, que tem participação brasileira, tentou explorar um possível método indireto de detecção da matéria escura, ao procurar pelos chamados “fótons escuros”. Essas partículas hipotéticas seriam bósons responsáveis pela mediação de interações escuras – processos físicos que, em princípio, só poderiam acontecer com a matéria escura.

De acordo com alguns modelos, uma colisão de próton-próton, como as que são promovidas pelo LHC, o Grande Colisor de Hádrons, poderiam gerar um sinal ligado aos chamados fótons escuros.

Após uma grande coleta de dados produzidos em colisões com energia de 13 TeV, os pesquisadores concluíram que não há evidência da existência desses fótons escuros. “É bom lembrar que tudo isso se faz a partir de previsões de modelos, e um novo modelo pode reabrir as análises com possibilidades que não foram consideradas até agora”, explica Leandro Salazar de Paula, pesquisador do Instituto de Física da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e membro da colaboração LHCb.

“O que fizemos até o momento foi colocar limites no coeficiente de mistura que pode existir entre fótons escuros e o fóton normal e na massa dos fótons escuros”, completa o físico.

O trabalho foi publicado em 8 de fevereiro no “Physical Review Letters”, figurando com o proeminente destaque de “sugestão dos editores”.

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