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Por George Matsas (IFT/UNESP)

Stephen Hawking nasceu em 1942, trezentos anos depois da morte do italiano Galileu Galilei, e morreu no dia em que Albert Einstein estaria comemorando seu aniversário de 139 anos.  Ingressou como estudante de física na Universidade de Oxford, doutorando-se na Universidade de Cambridge sob a orientação de Dennis Sciama. Sua tese se aproveitou de técnicas matemáticas recém desenvolvidas pelo importante físico-matemático inglês, Roger Penrose, o que lhe daria uma grande vantagem no início da carreira.

Com certeza, Stephen Hawking está entre os representantes mais paradigmáticos da década de ouro da Relatividade Geral, que se estendeu de meados da década de 1960 a meados da década de 1970.  Apesar de ter feito contribuições em várias áreas, da astrofísica à cosmologia, seus trabalhos seminais dizem respeito a buracos negros. Os buracos negros são estruturas compactas de puro vácuo das quais nenhum tipo de informação ou energia escapa. Levou perto de 40 anos para os buracos negros serem entendidos e aceitos, desde que foram descoberto em 1916 pelo astrofísico alemão Karl Schwarzschild. 

Uma das primeiras grandes contribuições de Hawking foi mostrar em 1971 que buracos negros eram virtualmente indestrutíveis por quaisquer processos clássicos. Por “clássicos” queremos dizer processos que não envolvem fenômenos quânticos. Contudo, o mesmo Hawking mudou radicalmente de discurso  quando, no inverno de 1973, descobriu que, graças à mecânica quântica, buracos negros emitem radiação térmica, perdendo energia como consequência. Esse efeito é muito pequeno para que possa ser visto com a tecnologia atual, mas estudos posteriores têm continuamente corroborado a validade da descoberta que tem suscitado uma série de questões, que têm desafiado legião de físicos espalhados pelo mundo. 

Não há o que discutir: Hawking deixou a vida para se tornar imortal.