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Cópia de tela com o resumo do artigo “Max Planck’s Determination of the Avogadro Constant”, citado na Nature Physics.

Texto aborda como a constante universal dos gases R foi determinada e sua importância no contexto das constantes fundamentais da física.

O artigo “Constants in disguise”, publicado no dia 8 de julho de 2024 na Nature Physics, assinado pela editora Karen Mudryk, fez uma referência a um estudo publicado pela Revista Brasileira de Ensino de Física em fevereiro de 2022, intitulado “Max Planck’s Determination of the Avogadro Constant”. A menção ocorre no trecho onde o artigo explora como a constante universal dos gases R foi determinada e sua importância no contexto das constantes fundamentais da física.

“Todo autor quer ser lido. E ser lido e citado pela editora da revista Nature Physics tem um sentido especial para qualquer cientista. O fato vem também mostrar o reconhecimento da Revista Brasileira de Ensino de Física como uma importante revista na área do ensino da física, mostrando o empenho dos editores na qualidade dos artigos publicados”, afirma João Pedro Braga, professor do Departamento de Química da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) que assina o artigo brasileiro em parceria com B.R.L. Galvão (Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais) e C.K. Nascimento (Escola Preparatória de Cadetes do Ar, Laboratório de Química, Barbacena, MG).

O artigo da Nature Physics discute a evolução histórica da constante universal dos gases, conhecida como R. A constante é crucial na descrição do comportamento dos gases ideais, relacionando volume molar, pressão e temperatura. Embora muitos símbolos de constantes físicas sejam intuitivos, a origem de R é mais misteriosa.

A história remonta a 1834, quando Benoît Paul Émile Clapeyron unificou as leis empíricas dos gases de Boyle, Mariotte e Gay-Lussac em uma equação que incluía a constante R, sem explicitar a razão para a escolha desse símbolo. Os estudos empíricos de Boyle e Mariotte no século XVII revelaram que a compressão de um gás aumenta sua pressão, enquanto Gay-Lussac, em 1802, observou que a temperatura eleva o volume de um gás. Clapeyron combinou essas observações em uma relação matemática, usando R para denotar a constante. William Jensen, um historiador da química, sugeriu que R poderia significar “razão” ou “rapport” em francês.

A história, não termina aí. Dmitri Mendeleev, um químico e inventor russo, estudou essas ideias na busca de encontrar um “éter universal”, que o levou a publicar, em 1874, a constante universal dos gases. “Aparentemente, nem Horstmann nem Mendeleev pensaram em escolher uma denominação diferente para sua constante universal dos gases, e assim a constante R de Clapeyron e Clausius adquiriu um novo significado e valor — mas não um novo nome. Como Max Planck mostrou em 1901, a constante universal dos gases R é o produto de duas outras constantes — a constante de Boltzmann e o número de Avogadro”, escreve Karen, fazendo a citação ao artigo da Revista Brasileira de Ensino de Física.