A organização de grupos de pessoas mobilizadas por uma mesma causa é coisa antiga. Associações, conselhos, sindicatos… Movidas quase pelo mesmo propósito – a defesa de seus interesses coletivos – essas organizações foram se moldando ao longo do tempo de acordo com o próprio avanço da sociedade e do aumento na complexidades das relações sociais.

A formação das sociedades científicas é um exemplo desse tipo de iniciativa. Elas desempenham um papel vital na promoção e sustentação das ciências e das profissões associadas, ao preservar sua história, disseminar seu conhecimento e fomentar o avanço científico e profissional. Adicionalmente, contribuem para cultivar uma mentalidade de apoio ao progresso impulsionado pela ciência e tecnologia, por meio de iniciativas públicas e outras ações.

Neste texto, falaremos sobre a importância das sociedades científicas e porque é recomendado que profissionais e estudantes da área busquem se unir a esses grupos, ressaltando como essa escolha pode impactar positivamente suas carreiras e suas vidas.


Sociedades científicas: origem e evolução

As sociedades científicas têm origens históricas que remontam ao Renascimento, surgindo para promover a pesquisa e a troca de ideias entre os grandes pensadores da época. Instituições como L’Accademia Nazionale dei Lincei, German Academy of Sciences Leopoldina, The Royal Society, Académie des Sciences e The American Philosophical Society são exemplos desse movimento (1).

No Brasil, iniciativas semelhantes surgiram no século 18, como a Academia Científica do Rio de Janeiro e a Sociedade Literária do Rio de Janeiro, porém, foram efêmeras. No século 19, houve um movimento de organização ligado a setores profissionais, como engenharia e medicina, resultando na criação de entidades como a Academia Nacional de Medicina e o Clube de Engenharia.

Com o passar do tempo, houve uma centralização das atividades científicas no Rio de Janeiro, mas com a República, ocorreu uma diversificação regional. No século 20, as sociedades científicas proliferaram, destacando-se a Sociedade Brasileira de Ciência, posteriormente Academia Brasileira de Ciências, e a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), criada em 1948.

A SBPC teve um papel fundamental na defesa da liberdade de pesquisa e na união das diversas áreas científicas no Brasil, contando hoje com 170 sociedades afiliadas (2).

Atualmente, o Brasil abriga uma vasta quantidade de sociedades científicas em diversas áreas, muitas delas com estruturas regionais. A Sociedade Brasileira de Física (SBF), estabelecida em 1966, tem desempenhado desde então um importante papel no desenvolvimento da física no Brasil, através de suas publicações, ao incentivar a participação de seus membros em eventos científicos e educacionais, entre outras atividades.


Importância das sociedades científicas

Em muitos países em desenvolvimento, a ciência ainda é relegada a uma posição periférica – quando não atacada por quem deveria defendê-la. Nesse contexto, o papel das sociedades científicas se torna essencial, pois não apenas defendem os interesses de seus membros, mas também valorizam a pesquisa científica e promovem a divulgação do conhecimento, além de lutar por investimentos na ciência. 

É também papel das sociedades científicas lutar por questões como inclusão cultural, equidade de gênero, preservação ambiental, democracia e justiça social dentro de suas áreas de atuação.

Por isso, consideramos importante a adesão às sociedades científicas – para fortalecer um ecossistema que, quando equilibrado, garante benefícios para todos.


Já é sócio da SBF?

Assim como outras sociedades científicas, a Sociedade Brasileira de Física (SBF) também oferece vantagens para seus associados.

Além disso, há um grande benefício “invisível”: o de contribuir para o fortalecimento da Física e da nossa atividade do Brasil. Como dissemos, uma sociedade científica forte é importante para o avanço da profissão e a garantia de boas condições de trabalho para seus profissionais. Apoiar a SBF é apoiar a Física e os(as) físicos(as).

Em resumo, a SBF é a entidade representativa das físicas e físicos do Brasil, congregando a nossa comunidade em defesa da pesquisa, do ensino, da formação e da carreira dos profissionais. Mais de 13 mil associados fazem parte da nossa história. 

Clique aqui para saber como associar.

Referências bibliográficas

  1. BUENO, Chris. A origem histórica das sociedades científicas no Brasil: entidades foram fundamentais para a institucionalização da ciência e para o desenvolvimento científico no país. Cienc. Cult. [online]. 2022, vol.74, n.3, pp.1-6. ISSN 0009-6725.  http://dx.doi.org/10.5935/2317-6660.20220050.
  1. Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). Ciência para o Brasil – 70 anos da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). São Paulo: SBPC, 2020.