A matéria escura é o problema mais duradouro sem resposta na astrofísica e também pode ser o vislumbre da física que vá além do Modelo Padrão das partículas. Embora seus efeitos gravitacionais sejam medidos de forma consistente, ninguém sabe o que é ou de que ela é feita. Mas agora um novo trabalho feito por um pesquisador no Brasil sugere que talvez os experimentos capazes de detectar matéria escura já existam.
Claro que isso vai depender de que tipo de partícula a matéria escura é de fato. Uma das possibilidades é que ela seja capaz de interagir com núcleons, ou seja, as partículas que formam os núcleos atômicos (prótons e nêutrons).
Partindo desse princípio, Sylvain Fichet, pesquisador do ICTP-SAIFR e do IFT-UNESP, em São Paulo, sugere que talvez se possa medir o efeito de forças geradas pela interação entre núcleons e partículas virtuais de matéria escura.
“Essa nova força entre os núcleos é uma força de Casimir-Polder e tem que ser calculada com a teoria quântica de campos”, explica Fichet. “Eu fiz esses cálculos com vários candidatos de matéria escura e várias interações. E o que acontece é que já existem experimentos que podem procurar esse tipo de força.”
Em artigo publicado em 27 de março no “Physical Review Letters”, Fichet aponta que arranjos de espectroscopia molecular e de dispersão de nêutrons podem servir a esse fim, cobrindo partículas de matéria escura cuja massa esteja no regime sub-GeV. O pesquisador aponta que a estratégia pode cobrir uma faixa de energias tipicamente difícil de ser explorada por outros experimentos.
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