Uma das áreas mais intensamente pesquisadas e promissoras para futuros dispositivos de processamento de informação é a spintrônica. Aqui se propõe o uso da propriedade quântica das partículas – o spin – para processar informação. Um importante desafio para concretizar essas aplicações é desenvolver estruturas que sejam robustas, insensíveis a ruídos gerados por campos magnéticos externos parasíticos, mas que ao mesmo tempo possam atuar de forma controlada em função de sinais magnéticos internos ao sistema.

Passo importante na direção de identificar um material adequado para esse tipo de dispositivo foi dado num trabalho realizado por uma equipe franco-brasileira, publicado no periódico “Nature Communications”.

O artigo tem como primeiro e último autores os físicos Vitória Barthem e Dominique Givord da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro). Eles trabalharam em parceria com colegas da Universidade de Grenoble e do CNRS, na França, para estudar as propriedades de uma liga composta por manganês e ouro (Mn2Au).

Os pesquisadores demonstraram que, ao contrário do que antes se pensava, esse material se comporta como um antiferromagneto – exatamente a característica necessária para proteger dispositivos de spintrônica de campos magnéticos externos.

Um aspecto particularmente interessante do Mn2Au é que as propriedades magnéticas desejadas são preservadas em regimes de temperatura que ultrapassam os 700 graus Celsius – bem além, portanto, da temperatura ambiente. “Combinado com a existência de uma significativa anisotropia no plano, isso faz do Mn2Au o material mais promissor para spintrônica antiferromagnética identificado até hoje”, anunciam os pesquisadores.

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