Foto aérea da UFMG.

A instituição mineira sediará o evento pela primeira vez após conseguir neste ano garantir uma vaga para o Brasil no Torneio Internacional de Física, que ocorrerá em 2025 na Polônia.

A Olimpíada de Paris mal terminou, mas uma competição muito diferente, que coloca à prova os neurônios, está sendo preparada com entusiasmo. É o Torneio Brasileiro de Física (BPT do inglês Brazilian Physicists’ Tournament), que será realizado neste ano pela primeira vez na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em Belo Horizonte, entre os dias 9 e 12 de dezembro. O ineditismo é fruto também do desempenho da equipe da instituição, formada por uma maioria feminina, que conseguiu garantir vaga ao Brasil para o Torneio Internacional de Física (IPT do inglês International Physicists’ Tournament), que em 2025 será realizado na Polônia.

O professor Ubirajara Agero, do Departamento de Física do Instituto de Ciências Exatas (ICEx-UFMG), acredita que neste ano o número de equipes por universidades será maior que as cinco que disputaram vaga no BPT de 2023 para representar o Brasil no concurso internacional. “Todo mundo está muito empolgado. Temos uma equipe organizando forte o torneio, para em dezembro a gente buscar bater o recorde de equipes. A gente quer fazer essa competição conhecida no Brasil inteiro”, diz Ubirajara.

Foto, em sala de aula dos estudantes que participaram do Brazilian Physicists’ Tournament em 2023, realizado na UFABC.
Estudantes que participaram do Brazilian Physicists’ Tournament em 2023, realizado na UFABC.

Entre os membros da equipe organizadora do evento, está a física Maressa Sampaio, que foi a capitã do time Brasil no IPT, que está a caminho do seu mestrado na Universidade de Campinas (Unicamp). “É tão bom o BPT que quando a gente para de participar, a gente vai organizar”, diz Maressa.

Segundo Maria Carolina França Volpato, estudante de doutorado em Física da Unicamp e coordenadora-geral do BPT, as equipes podem ser formadas por no mínimo três e no máximo seis alunos de graduação e mestrado em Física. Maria Carolina, que entre 2022 a 2024 foi presidenta do Comitê do BPT, explica que o ideal é ter uma equipe por universidade. As equipes podem ser formadas por iniciativa espontânea dos alunos ou podem ser incentivadas por um professor.

A competição nacional consiste em selecionar 10 dos 17 problemas do torneio internacional para servirem como disputa em âmbito nacional. Os problemas serão divulgados em setembro, período no qual as equipes buscam respostas de forma interdisciplinar, uma vez que pelas amplitudes das questões, outros departamentos das universidades podem colaborar nesse processo. A equipe que vencer o BPT vai representar o Brasil na Polônia.

Apesar de a Universidade Federal do ABC (UFABC) ter participado do IPT em 2016 e 2017, o BPT foi criado em 2018, disseminando a cultura da ciência. Esse espírito competitivo é importante, explica Maria Carolina, pois colabora muito para incentivar os alunos a mergulhar em metodologias científicas de solução de problemas até ações básicas como aprender a fazer pesquisas sobre artigos científicos. “Foi essencial na minha carreira acadêmica. E é uma coisa superlegal discutir ciência com outros colegas”, afirma a estudante de doutorado.

“Desde a primeira vez que eu participei como jurado, eu fiquei encantado com o tanto que os alunos aprendem física. Então, é um método ativo de ensino. A galera aprende demais, isso motiva demais os estudantes e professores. Eu acho que participar do torneio vale muito a pena”, afirma Ubirajara. Por essas e outras, a SBF deseja sucesso e crescimento do BPT no Brasil para engajar a comunidade acadêmica em prol do desenvolvimento científico do País.

Para se inscrever na BPT, é possível entrar em contato no site do torneio e no Instagram.

(Colaborou Roger Marzochi)