É muito conhecida a expedição organizada por Arthur Eddington e Andrew Crommelin, membros da Royal Astronomical Society que promoveram a observação sistemática do eclipse solar ocorrido em 29 de maio de 1919, visível em Sobral, no Ceará, e na Ilha do Príncipe, na África. O objetivo deles era confirmar a predição de Einstein de que a presença do Sol desviaria os raios de luz de estrelas de fundo, por conta da gravidade, confirmando assim a teoria da relatividade geral.
Muito menos conhecido é o fato de que essa não foi a única expedição internacional a desembarcar no Nordeste brasileiro naquela ocasião para estudar o eclipse. Em artigo publicado na primeira edição do volume 40 da “Revista Brasileira de Ensino de Física”, publicação da Sociedade Brasileira de Física, dois pesquisadores recontam a iniciativa de astrônomos da Instituição Carnegie, dos EUA, liderados por Daniel Maynard Wise, em sua viagem a Sobral.
“Exibimos uma seleção de fotografias inéditas obtidas por Wise durante esta sua estada no Brasil”, afirmam Luís Carlos Bassalo Crispino e Marcelo Costa de Lima, ambos da Faculdade de Física da UFPA (Universidade Federal do Pará), em seu artigo na “RBEF”, fartamente ilustrado.
Na ocasião, o objetivo dos cientistas da Carnegie não era estudar as estrelas de fundo e testar a relatividade, mas sim fazer uma verificação sistemática das variações do magnetismo terrestre e das propriedades elétricas da atmosfera para detecção de eventuais efeitos eletromagnéticos que pudessem ser associados diretamente com o eclipse do Sol.
Mais que relembrar esses trabalhos, o artigo permite mergulhar no Brasil de 1919 e perceber o ambiente social que havia para esses pesquisadores no passado. “Alguns dos fatos mencionados permitem identificar semelhanças entre o Brasil atual e aquele de cem anos atrás”, concluem os autores.
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