Com o início da operação do Large Hadron Collider do CERN e os preparativos para o International Linear Collider, a física das partículas elementares está ingressando em uma nova era. Na cosmologia, uma nova geração de instrumentos entrará em funcionamento no decorrer dessa década, que proporcionarão um aumento dramático na quantidade e qualidade dos dados astronômicos. Estamos iniciando uma época de grande excitação para a área de partículas elementares e campos, em que as descobertas e os desafios a serem enfrentados nas diversas frentes criarão uma interdependência cada vez maior entre experimentais e teóricos e entre físicos de partículas e campos, cosmólogos, astrofísicos e astrônomos. É por entender que vivemos um momento especial, e desejando contribuir para que a nossa comunidade esteja preparada para esses novos tempos, que apresentamos nossa candidatura à Comissão de Partículas e Campos (CPC) da Sociedade Brasileira de Física (SBF).
A CPC foi criada em 2003 e, desde então, tem sido um instrumento importante de representação da área de partículas e campos junto à comunidade científica e à SBF. Ela tem tido uma atuação destacada na identificação dos membros da comunidade e, em várias oportunidades, desenvolveu uma ação coordenada incentivando a apresentação de candidaturas de pesquisadores da área para o conselho da SBF e o Comitê Assessor do CNPq. A CPC sempre procurou estimular o debate sobre a relevância para o desenvolvimento do país, da área de partículas e campos e, de uma forma mais geral, da própria ciência básica. O documento da área, elaborado pela CPC para a IV Conferência de Ciência e Tecnologia, é um exemplo recente de sua ação construtiva.
Recentemente, o Conselho da SBF estendeu a idéia da CPC para outras áreas da Física e criou as chamadas Comissões de Área. Um dos principais objetivos das Comissões de Área da SBF é desenvolver estudos e propor atividades de organização das diferentes áreas da Física, tanto no âmbito nacional como no dos eventos temáticos da SBF. Segundo o seu regimento, as atribuições da CPC são:
I – Coordenar estudos e avaliações sobre o desenvolvimento da área.
II – Elaborar, a cada cinco (5) anos começando em 2010, baseando-se em um estudo mais abrangente das tendências da área e do potencial brasileiro neste cenário, relatório propositivo que subsidie a atuação da SBF em sua política de desenvolvimento da área.
III – Coordenar estudos sobre formação e perspectivas para os profissionais da área.
IV – Elaborar, coordenar e divulgar, em acordo com a Diretoria e/ou Conselho da SBF, políticas e projetos para o desenvolvimento da área no Brasil.
V – Coordenar atividades da área.
VI – Indicar as comissões organizadoras dos Encontros e Escolas da área de Física de Partículas e Campos, ouvindo sempre a comunidade dessa área, na forma que julgar mais adequada.
VII – Sugerir ao Conselho da SBF parâmetros para avaliação científica da área.
VIII – Instituir prêmios no âmbito de sua abrangência.
Além de cumprir suas funções regimentais, se eleitos para a CPC, pretendemos:
a) Dar continuidade ao levantamento detalhado da área.
b) Manter a lista de altas energias como forma de comunicação entre os pesquisadores da área.
c) Promover a realização de eventos para enfatizar a importância da ciência básica, e em particular da física básica, para o desenvolvimento do país.
d) Incentivar uma melhor distribuição regional de pesquisadores, com atenção especial para o desenvolvimento de regiões menos favorecidas, buscando sempre reduzir desigualdades.
e) Apoiar o desenvolvimento de mecanismos que busquem melhorar o balanço entre o número de pesquisadores teóricos e experimentais, incentivando as atividades experimentais.
f) Incentivar a realização de uma política de apoio continuado às atividades experimentais através do financiamento de projetos por prazos mais longos, incluindo o fortalecimento e continuidade da RENAFAE.
g) Promover e apoiar a nucleação de grupos de pesquisa teóricos de diversas instituições, de forma a consolidar a pesquisa nas instituicões de menor tradição, através de editais específicos.
h) Incentivar a busca da consolidação dos grupos de pesquisa teórica de qualidade em um instituto nacional nos moldes daqueles já existentes em outras áreas.
i) Promover um amplo debate, na área de partículas e campos, sobre parâmetros de avaliação da pesquisa em Física.
j) Apoiar o desenvolvimento de uma política de estado para a ciência que seja sustentável, com suporte ininterrupto de apoio financeiro aos grupos de pesquisa produtivos e competentes e a formação contínua de recursos humanos na área.
Cosmologia e Gravitação – Saulo Carneiro (UFBA)
Fenomenologia das Partículas Elementares – Orlando L. G. Peres (UNICAMP)
Física Experimental de Altas Energias – João R. Torres de Mello Neto (UFRJ)
Teoria de Campos – Dionisio Bazeia (UFPB)
Coordenador – Ioav Waga (UFRJ)