Todo mundo sabe que a luz é a coisa mais rápida do Universo conhecida pela ciência, propagando-se no vácuo a espantosos 300 mil km/s. O que ninguém sabia era como pará-la completamente. Até agora.

Um novo estudo realizado por pesquisadores em Israel e no Brasil sugere um método para “congelar” a luz, sem lançar mão das técnicas tradicionais para frear as ondas eletromagnéticas.

Os físicos sabem há tempos que a velocidade da luz é menor dependendo do meio por onde ela transita e, fazendo uso desse fenômeno em suas últimas consequências, já conseguiram freá-la a um décimo de milionésimo de sua velocidade no vácuo numa nuvem de átomos de sódio ultrafrios.

O novo trabalho feito por Alexei A. Mailybaev, do IMPA (Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada), no Rio de Janeiro, e Tamar Goldzak e Nimrod Moiseyev, do Technion, o Instituto de Tecnologia de Israel, em Haifa, propõe uma outra estratégia.

“Estamos considerando um par de guias de onda acopladas, onde um guia tem perda de energia e outra guia tem o ganho na mesma taxa, e elas se compensam uma a outra”, explica Mailybaev. “No nosso trabalho, nós provamos que a velocidade de grupo é zero se e somente se o sistema está preparado no ponto excepcional, que é definido como um ponto no espaço de parâmetros onde dois modos de propagação coincidem tanto na frequência como em sua forma espacial.”

Por meio de simulações numéricas, os pesquisadores mostram que o método realmente deve funcionar. “Comprovamos que essa parada de luz realmente acontece mudando os parâmetros de sistema do valor inicial para o ponto excepcional”, completa o pesquisador. “Um pulso pode ser parado no espaço e, mudando esses parâmetros na volta, o pulso volta ao seu movimento.”

O trabalho, publicado no “Physical Review Letters” em 3 de janeiro, é um convite a um teste experimental. Segundo os pesquisadores, o método é praticamente universal, podendo ser regulado para uma vasta gama de frequências e larguras de banda, e também pode ajudar no desenvolvimento de sistemas de computação que queiram usar luz como base para processamento de dados.

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