Feixe laser ampliado espacialmente por lente telescópica incide sobre um modulador de fase espacial (SLM), produzindo luz com flutuações não-markovianas, observadas por uma câmera CCD após atravessar um cristal fotorefrativo. Crédito: © 2020 Optical Society of America

Histórias de marinheiro a parte, é fato que ocasionalmente surgem no oceano ondas extraordinariamente grandes conhecidas como rogue waves. Para entender o mecanismo pelo qual ventos e correntes marinhas podem gerar as rogue waves, físicos vêm realizando experimentos em laboratório, investigando fenômenos ondulatórios semelhantes gerados quando feixes de luz laser se propagam por meios não-lineares. Pela primeira vez, um estudo publicado na revista Optica apresenta a geração de ondas gigantes pela propagação da luz por meios lineares, criadas quando as flutuações aleatórias da luz laser são não-markovianas, isto é, quando as flutuações do presente guardam uma memória de flutuações passadas.

O trabalho foi realizado por uma equipe de pesquisadores coordenada por Yaron Silberberg, do Instituto Weizmann, em Israel, do qual participou o físico brasileiro Itamar Vidal, como pesquisador de pós-doutorado e professor visitante do instituto. A pesquisa de Vidal contou com apoio financeiro do CNPq e do programa de cooperação CAPES/Weizmann.

Artigo científico
Observation of rogue events in non-Markovian light
Hadas Frostig, Itamar Vidal, Robert Fischer, Hanan Herzig Sheinfux e Yaron Silberberg
Optica 7, 864-871 (2020)
ArXiv:2002.12180

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