Francisco Xavier Roser (1904-1967), fundador do Departamento de Física da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) e um dos pioneiros no estudo da radioatividade natural no Brasil foi objeto de um artigo histórico publicado no número 2 (volume 40) da Revista Brasileira de Ensino de Física (RBEF), publicação da Sociedade Brasileira de Física (SBF).
O trabalho, escrito por Bruno Nobre e Antonio Augusto Passos Videira, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), nos oferece um panorama bastante abrangente da carreira e da obra de Roser, um pesquisador que, a despeito de sua importância histórica no Brasil e de sua peculiaridade de ser padre e cientista, é bem pouco conhecido.
“Um de nós (AAPV) já tinha se deparado com o nome do Padre Francisco X. Roser durante as suas pesquisas sobre o desenvolvimento da física no Brasil, em particular quando investigou as trajetórias de Bernhard Gross e Gleb Watghin, pioneiros das pesquisas em raios cósmicos entre nós, primeira área de investigação de Roser. No entanto, nada encontrava sobre ele. Ele era muito pouco conhecido pela comunidade acadêmica brasileira, talvez devido à sua morte prematura, anterior à consolidação do sistema de pós-graduação”, explicam os autores.
“O fato de ser um jesuíta atiçou a curiosidade do segundo autor (BN), igualmente físico e jesuíta. Além disso, Roser esteve à frente da criação do atual departamento de física da PUC-Rio, um dos mais importantes do país e que, durante a década de 1970, foi central na formação de inúmeros mestres e doutores, uma vez que contava com professores de nível internacional.”
Os autores enxergam na trajetória de Roser um exemplo a ser estudado. “A dedicação e o amor que Roser exibia pela física, sem procurar condicioná-la à religião, merecem destaque”, dizem. “Ele procurou criar linhas de pesquisa em física experimental, compatíveis com as capacidades econômicas e técnicas então existentes no Brasil. Ele parecia ter os pés no chão.”
Conciliando sua religião com a prática científica, o padre e pesquisador se revelou um grande congregador de talentos. “Além do amor e da dedicação à ciência, características já mencionadas, pensamos que a figura de Roser deve ser valorizada pela sua capacidade de agregar pessoas com diferentes personalidades e visões de mundo, respeitando cada um em sua própria especificidade.”
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