O segundo número de 2017 da Revista Brasileira de Ensino de Física (RBEF), relativa ao trimestre abril-maio-junho (volume 39.2), já está no ar, no site do Scielo. Confira aqui a lista completa e leia a seguir alguns dos destaques da edição.
Fazendo a ponte entre a teoria e fenômenos macroscópicos
Fabiana Kneubil, da Universidade Federal de Santa Catarina, e Ricardo Karam, da Universidade de Copenhague, na Dinamarca, apresentam uma nova forma de encarar certas relações matemáticas na física do ponto de vista do ensino, tratando as igualdades entre os termos de uma equação como pontes entre teoria e prática. Os sinais de igual seriam “buracos da fechadura” de onde se pode estudar o inobservável a partir de fenômenos macroscópicos. Para demonstrar isso, eles apresentam três estudos de caso: uma explicação do efeito de Hall, a determinação do raio do átomo de hidrogênio e o cálculo do número de partículas por unidade de volume de gás com a teoria cinética dos gases.
“A ideia do artigo não é uma mudança de conteúdo, mas sim uma ênfase epistemológica, abordando junto com a tema (no caso, os 3 exemplos citados), aspectos intrínsecos relacionados à natureza do conhecimento científico”, afirma Kneubil. “Em particular, o sinal de igual que estamos chamando de ‘buraco de fechadura’ tem o caráter de relacionar grandezas macroscópicas/mensuráveis com outras, microscópicas e não mensauráveis, que são obtidas através dos modelos.”
De acordo com a pesquisadora, “a inserção de elementos epistemológicos nas aulas de física, além de complementar o conteúdo, promove uma visão da física que vai além dos seus aspectos técnicos e permite um tipo de ligação com a realidade, mais ontológica, que dá muito prazer aos estudantes. Essa visão do ensino da física é uma janela que pode ser explorada pelos professores”.
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Descobertas de exoplanetas pelo método do trânsito
Ronni Amorim e W.C. Santos, da Universidade de Brasília, apresentam uma breve revisão sobre o método de trânsito na detecção de exoplanetas. Trata-se de uma técnica baseada na redução do brilho de uma estrela quando o planeta passa à sua frente percorrendo seu disco, com respeito à linha de visada.
“A temática de exoplanetas está sendo bastante discutida atualmente”, diz Amorim. “Sendo assim, torna-se um tema motivador no ensino de física. E, como colocamos no artigo, a análise dessa técnica de detecção traz conteúdos de mecânica e de física moderna.”
O autor destaca que o texto é voltado para alunos de cursos superiores de ciências exatas e professores de física e matemática do Ensino Médio.
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Aprendizagem ativa em óptica geométrica
Artigo de Daniel G. G. Sasaki, do Centro Federal Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca, no Rio de Janeiro, e V. L. B. de Jesus, do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro, explora uma proposta didática para o ensino de espelhos esféricos baseada na associação entre uma metodologia de aprendizagem ativa com a estratégia de analogias ponte e conceitos âncora.
Sasaki explica: “A nossa ideia foi unir dois métodos de aprendizagem ativa distintos. O primeiro método é o POE (Predict-Observe-Explain) e o segundo método foi as analogias ponte (Bridging analogies). O POE é baseado no conflito cognitivo, isto é na quebra das concepções prévias dos estudantes através de experimentos cujos resultados são discrepantes com a previsão feita pelos próprios estudantes. A analogia ponte tem como princípio transferir as ideias prévias corretas que os estudantes manifestam em contextos mais simples para um contexto mais complexo, análogo ao primeiro. No artigo, mostramos que a junção desses dois métodos melhora de forma significativa a qualidade da aprendizagem dos estudantes.”
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Divulgação científica na Amazônia
Jocasta Caldas e Luís C. B. Crispino, da Universidade Federal do Pará, apresentam o trabalho do Laboratório de Demonstrações da UFPA, fundado em 2004, e mostram como ele tem atuado como um centro voltado para o avanço da alfabetização científica na Amazônia brasileira.
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A história do Centro de Pesquisas Físicas da URGS
Carlos Alberto dos Santos, da Universidade Federal Rural do Semi-Árido, em Mossoró (RN), relata os produtivos anos em que existiu o Centro de Pesquisas Físicas da então denominada Universidade do Rio Grande do Sul (URGS), entre 1953 e 1959.
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Quem descobriu a expansão do Universo?
Alexandre Bagnodas, da Universidade Federal de Lavras (MG), e João Zanetic e Ivã Gurgel, da Universidade de São Paulo (SP), abordam a controvérsia sobre a primazia de quem de fato descobriu a expansão do Universo, revelação normalmente atribuída ao americano Edwin Hubble, numa tentativa de fazer justiça aos envolvidos e, mais que isso, mostrar como descobertas científicas são processos que envolvem mais de um indivíduo.
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