Uma técnica muito utilizada nos últimos anos em biomedicina é a injeção de nanopartículas fluorescentes para se obter imagens de alta resolução de tecidos internos de organismos vivos. As imagens podem auxiliar no diagnóstico de doenças, terapias e cirurgias. A técnica pode ser melhorada com o desenvolvimento de novas nanopartículas, capazes de uma maior fluorescência em uma região espectral do infravermelho próximo, conhecida como segunda janela biológica, produzindo uma radiação para a qual os tecidos vivos são transparentes. Os físicos Harrisson Santos e Carlos Jacinto, da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), com uma equipe internacional de pesquisadores do Brasil, Espanha, Reino Unido e Austrália produziram uma nova geração dessas nanopartículas fluorescentes.
Os pesquisadores conseguiram fabricar um material aprimorado, derivado de nanopartículas de sulfeto de prata sintetizadas quimicamente. No artigo publicado na revista Nature Communications Santos e seus colegas descrevem como irradiar as nanopartículas suspensas em uma solução líquida com um feixe laser infravermelho de pulsos de femtosegundos, para cobrir as nanopartículas com uma casca protetora que melhora suas propriedades ópticas, produzindo um aumento de 80 vezes na intensidade do brilho de sua fluorescência. O super brilho permite usar doses ultra baixas na aquisição das imagens, minimizando efeitos tóxicos das nanopartículas injetadas e da intensidade de iluminação.
A pesquisa teve o apoio financeiro das agências brasileiras FAPEAL, FINEP, CAPES e CNPq.
Artigo científico
Ultrafast photochemistry produces superbright short-wave infrared dots for low-dose in vivo imaging
Santos, H.D.A., Zabala Gutiérrez, I., Shen, Y. et al.
Nat Commun 11, 2933 (2020)
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Igor Zolnerkevic
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