O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) nasceu no início da década de 1960, em um momento em que, no Brasil, começavam a se estruturar instituições de pesquisa, como o próprio Instituto de Física da UFRGS. O INPE estruturou-se motivado pelas primeiras viagens espaciais: um País com o tamanho do Brasil não poderia ficar fora deste avanço científico e tecnológico.
Foi no INPE que surgiu, por exemplo, a ideia de criar uma base de lançamento de foguetes na Região Nordeste do País. Essa base tem lançado equipamentos de monitoramento e tem sido elemento importante para colaborações internacionais.
Em 2008 o INPE passou a capitanear um desafio ainda mais importante: monitorar questões de clima. Criou-se o Programa de Estudo e Monitoramento Brasileiro do Clima Espacial (EMBRACE), com o objetivo de medir e modelar a interação Sol-Terra e seus efeitos no espaço próximo e na superfície do território brasileiro. Um país com o território agrícola do Brasil tem no clima um recurso estratégico.
Dentro deste objetivo, o INPE tem monitorado o desmatamento na Amazônia. Recentemente, dados do sistema Deter-B do INPE mostraram que a área de floresta perdida até meados deste mês já é a segunda maior da série histórica, iniciada em 2015. Quando provocado por jornalistas estrangeiros sobre o tema, o Presidente da República disse: “A questão do INPE, eu tenho a convicção que os dados são mentirosos, e nós vamos chamar aqui o presidente do INPE para conversar sobre isso, e ponto final nessa questão”. Mais adiante, complementou: “Mandei ver quem está à frente do INPE. Até parece que está a serviço de alguma ONG, o que é muito comum”.
O Prof. Ricardo Galvão, Diretor do INPE fez seu doutorado no Massachusetts Institute of Technology (MIT), nos Estados Unidos, tem uma reputação sólida como cientista, demonstrada por anos de trabalho em produção de conhecimento e gestão como docente da USP, Presidente da Sociedade Brasileira de Física e membro da Academia Brasileira de Ciências. Além do respeito devido a cada cidadão brasileiro, o Prof. Galvão merece o respeito ao conhecimento que ele representa.
O Conselho do Instituto de Física da Universidade do Rio Grande do Sul manifesta seu apoio ao Prof. Ricardo Galvão e ao INPE na luta pelo conhecimento que ajuda a construir uma nação, pois dados não são opiniões e Ciência gera Desenvolvimento.