Um dos usos mais comuns do magnetismo é em dispositivos para armazenar informação — como os discos rígidos de computador — e alguns dos parâmetros mais importantes nesse processo são a velocidade e o custo energético envolvido.

Agora, um novo trabalho teórico e experimental conduzido por pesquisadores no Brasil faz avanço nessas duas frentes, ao demonstrar um modo ultrarrápido de magnetizar a matéria, envolvendo um consumo baixo de energia.

O esforço envolve o processo conhecido como magnetização por luz e foi demonstrado em amostras de seleneto de európio (EuSe) expostas a uma lâmpada elétrica de 50 watts a poucos centímetros de distância. A magnetização se deu em 50 picossegundos, ou seja, em meros 50 trilionésimos de segundo.

O trabalho, liderado por Andre Bohomoletz Henriques, do Instituto de Física da USP (Universidade de São Paulo), foi publicado em 23 de maio no periódico “Physical Review Letters”, e contou com as participações de X. Gratens, P.A. Usachev e V.A. Chitta (todos ligados ao IFUSP), e G. Springholz, da Universidade Johannes Kepler, na Áustria.

“Demonstramos a fotoindução de pólarons supergigantes no seleneto de európio, produzindo-se uma imantação quase instantânea”, explica Henriques. “Deve ser destacado que cada fóton polariza o spin de 6.000 elétrons. Isso abre a perspectiva de imantação total da matéria usando-se luz de baixa intensidade.”

Embora o trabalho ainda esteja no nível de pesquisa básica, o pesquisador vê diversas futuras potenciais aplicações tecnológicas, que vão além de armazenamento de dados de c omputador. “Poderá ser usado esse efeito, por exemplo, para o chaveamento da supercondutividade de um material.”

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