Seguem em andamento os trabalhos para esmiuçar as características do famoso bóson de Higgs, partícula descoberta pelo LHC, o maior acelerador do mundo, que completa o chamado Modelo Padrão.
Num novo trabalho publicado no “Physical Review Letters” em 14 de fevereiro pela colaboração internacional CMS, responsável por um dos experimentos instalados no LHC, pesquisadores reportam os avanços no esforço de detectar uma das formas de decaimento do bóson de Higgs, em que ele se transforma em um par de quarks do tipo bottom.
“Por que isso é importante? Porque o decaimento do Higgs em dois quarks bottom é uma das previsões do Modelo Padrão”, explica Thiago Tomei, pesquisador do Núcleo de Computação Científica da UNESP (Universidade Estadual Paulista) e membro da colaboração CMS. “O Modelo Padrão fala que, para um bóson de Higgs de 125 GeV, a razão de decaimento dele em dois quarks bottom é da ordem de 60%, então isso é uma coisa que a gente gostaria de medir.”
O problema é que há muitos outros processos – muito mais comuns – que geram sinal semelhante, resultando no surgimento de um par de quarks bottom. “Nesse artigo, achamos outra amaneira de focar no bóson de Higgs”, explica Tomei. A estratégia dos cientistas foi se concentrar apenas no sinal específico gerado pelo decaimento de bósons de Higgs num estado particular, chamado de “boosted”.
Em princípio deu certo, e os cientistas encontraram o elusivo sinal que confirma a previsão do Modelo Padrão. Contudo, ainda falta confiança para descartar que não se trate de um falso positivo. Uma descoberta em física de partículas exige uma significância estatística de 5-sigma, e o achado no momento tem 1,7-sigma.
“O importante é conseguimos validar que a técnica funciona e, dado que validamos, agora podemos pegar mais dados no futuro para poder obter esse processo com maior precisão”, diz Tomei.
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