Um dos mais intrigantes efeitos previstos pela teoria quântica de campos é o de que objetos acelerados deveriam experimentar um banho de radiação térmica no vácuo que não apareceria para objetos em repouso

Descrito em 1976, o efeito Unruh (também conhecido como efeito Fulling-Davies-Unruh) é consistente com o que se esperaria teoricamente, mas é extremamente difícil de ser observado. Isso porque, para que o banho térmico do vácuo produza uma variação mensurável de temperatura, a aceleração precisa ser brutalmente alta.

Agora, um quarteto de pesquisadores do Instituto de Física Teórica da Unesp, da Universidade Federal do ABC e da USP-São Carlos, Gabriel Cozzella, André G. S. Landulfo, George E. A. Matsas e Daniel A. T. Vanzella, apresenta uma proposta realista de contornar essa dificuldade através de um arranjo experimental que pode ser realizado com tecnologia atual e cujos resultados, dizem os autores, podem ser diretamente interpretados em termos do banho térmico do efeito Unruh.

Indo mais além, o artigo, publicado no dia 21 de abril no “Physical Review Letters”, procede com uma análise teórica do que se esperaria do experimento proposto, seguindo as equações da eletrodinâmica clássica, confirmando a presença do efeito Unruh.

“A não ser que alguém esteja disposto a questionar a validade da eletrodinâmica clássica, isso deve ser visto como uma observação virtual do efeito Unruh”, escrevem os autores. A despeito de dúvidas ainda levantadas por algumas vozes, “o efeito Unruh vive entre nós.”

O artigo de A. Cho “Does space heat up when you accelerate? Physicists propose test of controversial idea”, publicado na prestigiosa “Science”, é dedicado ao trabalho realizado no Brasil, confirmando sua relevância.

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Salvador Nogueira
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