Sabe-se há um bom tempo que os nanotubos de carbono – estruturas nanométricas compostas unicamente por átomos de carbono em arranjo do tipo de uma grade de galinheiro enrolada – têm propriedades extraordinárias. Mas determinar de forma confiável propriedades de um único nanotubo consitui um desafio que poucas vezes foi superado. Temos aqui um exemplo de sucesso.
Em ciência de materiais, uma das técnicas fundamentais para caracterizar diferentes estruturas é a determinação da absorção óptica. Fazer essa medição em nanoestruturas individuais é complicado devido à baixa sensibilidade das técnicas tradicionais em nanosistemas isolados.
Experimentos conduzidos por pesquisadores da Universidade da Califórnia em Berkeley atingem sensibilidade necessária para estudo de nanotubos isolados.
O trabalho conta com a participação de Rodrigo Capaz, pesquisador da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), na interpretação dos resultados experimentais. A nova pesquisa demonstrou que é possível determinar a seção de choque de absorção em uma faixa espectral larga usando técnicas de manipulação da polarização da luz. Eles realizaram medidas individualmente em 50 nanotubos de carbono em laboratório, e coube a Capaz participar da análise e interpretação dos dados, com base em modelos teóricos.
“Pudemos sistematizar a dependência dos resultados obtidos com o diâmetro e a quiralidade dos nanotubos, estabelecendo assim fórmulas empíricas que podem ser aplicadas para qualquer nanotubo de carbono”, afirma o pesquisador da UFRJ.
O artigo foi publicado nos Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), publicação da Academia Nacional de Ciências dos EUA.
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