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Olimpíada Brasileira de Física

O coordenador nacional professor Ricardo Andreas Sauerwein da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) do RS, faz um balanço sobre como foi a aplicação da prova da primeira fase da Olimpíada Brasileira de Física (OBF) que ocorreu no sábado, dia 17/10. Conforme explica, as informações para os professores e participantes foram dadas com grande antecedência para que não houvessem dúvidas, o que contribuiu o sucesso da prova. Devido à pandemia, a decisão de se utilizar o ambiente digital para a competição  garantiu a manutenção do calendário de atividades das olimpíadas. A segunda fase deve ocorrer dia 28 de novembro.

SBF: Como foi a primeira fase da OBF sendo totalmente online? 

Sauerwein/OBF: A primeira fase ocorreu dentro do previsto. Para preservar os protocolos de segurança de saúde, foi realizada na casa dos alunos. Para isto, contamos com a colaboração dos professores e houve um período muito intenso de esclarecimento de como tudo ocorreria. Havia a questão de onde pegar a prova, como submeter as respostas e para isso, demos muita liberdade para as escolas. Eles tinham basicamente tinham duas opções: faziam a fotografia dos cartões respostas ou então as escolas poderiam criar formulários eletrônicos nas próprias escolas para os alunos submeterem as respostas.

Nossa responsabilidade como coordenação foi fazer a prova e liberar a prova no tempo certo. Isso ocorreu muito bem, o suporte da SBF foi excelente. Em relação a anos anteriores, nós costumamos liberar a prova para os professores imprimirem uma semana antes.

SBF: Como foi a liberação das provas?

Sauerwein/OBF: Por uma questão de segurança e sigilo da prova, decidimos liberar com apenas seis horas de antecedência. De fato, isso funcionou bem, apesar de todos os professores terem que trabalhar em um cronograma curto. Sabemos que os professores estão trabalhando muito nesse período, caso algum professor não conseguisse disponibilizar para seus alunos a prova, nós criamos um site nosso para que esses estudantes acessassem por lá a avaliação. Nesse site nós tivemos 12 mil acessos em 15 minutos. Isso significa que o site correspondeu bem à expectativa dando conta dos acessos, mas acredito que a maioria dos estudantes acessaram a prova pelas escolas. Nossa avaliação é que foi tudo muito bem nessa primeira fase.

Durante a execução da prova, nós mantivemos um plantão de dúvidas no dia de prova. Tivemos só cinquenta consultas. Eram professores que não sabiam o que fazer no momento da prova e nós respondemos no sábado mesmo e tudo foi resolvido facilmente.

SBF: E como vocês estão se preparando para a segunda fase?

Sauerwein/OBF: A recomendação que estamos passando para os alunos é que os eles respondam uma questão de cada vez ao longo das quatro horas que dura a prova. Estamos tentando imaginar possíveis problemas para evitar que aconteçam.  Nosso site está na “nuvem” porque lá existem mecanismos que impedem que a falta de energia elétrica inviabilize o acesso, caso ocorra uma falta de luz generalizada em alguma escola.

SBF: Vocês já sabem estimar quantos alunos participaram? 

Sauerwein/OBF: Tivemos 1421 escolas inscritas. O número de alunos inscritos ainda não fechou, então até o momento temos mais de 10 mil alunos [referente à 28/10 quarta-feira quando ocorreu a entrevista], esse número não é muito grande. Esse número de escolas inscritas é 40% menor do que o ano passado, mas isso também é uma coisa esperada por causa da epidemia que sobrecarregou alunos e professores com atividades remotas.

Porém, temos que olhar por outro lado, temos 10 mil alunos inscritos, se não tivéssemos optado pelo formato de ambiente digital esses estudantes não teriam a oportunidade de participar da competição e isso nos faz crer que a decisão de manter a olimpíada foi acertada.

SBF: Gostaria de acrescentar alguma informação?

Sauerwein/OBF: Eu só tenho a agradecer ao pessoal que está participando, as escolas e os professores em uma época tão difícil. Não é fácil, pois eles estão dando aulas online e estão sobrecarregados e ainda assim estão participando da OBF em um sábado. Então, temos que agradecer as escolas que nessa época de COVID-19 estão empenhadas em oferecer essa atividade para os alunos deles.

Por Joice Santos
Bolsista Mídia Ciência – FAPESP

Processo 2019/02744-3