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Existe hoje um intenso trabalho feito por pesquisadores do mundo inteiro no sentido de encontrar ferramentas teóricas e arranjos experimentais capazes de realizar um dos grandes sonhos tecnológicos do século 21: computadores quânticos.

Esses equipamentos processariam informação de forma diferente dos atuais computadores, pois usariam o caráter probabilístico e as incertezas da mecânica quântica como forma de realizar cálculos que de outra maneira não seriam tecnicamente viáveis.

Nesse âmbito, um dos fenômenos mais interessantes é o da contextualidade quântica, que acaba de ser explorado por um trabalho de cientistas brasileiros com uma participação espanhola e publicado em 29 de março pelo “Physical Review Letters”.

“Em um sistema clássico, a gente costuma pensar que todas as propriedades estão bem definidas, e a necessidade do uso de probabilidade só aparece pela nossa incapacidade de lidar com as inúmeras variáveis que podem estar envolvidas naquele problema. No entanto, as previsões da teoria quântica são inconsistentes com essa visão, a não ser que essas propriedades bem definidas dependam de outras medições que podem ser realizadas conjuntamente, mesmo que essas outras medições sejam realizadas em uma parte do sistema que está distante da parte que a gente está medindo”, explica Barbara Lopes Amaral, pesquisadora da Universidade Federal de São João del-Rei (MG) e do Instituto Internacional de Física de Natal (RN), além de primeira autora do artigo.

“Esse fenômeno é conhecido como contextualidade quântica e é uma propriedade fundamental para o nosso entendimento da própria teoria quântica. Além disso, é um recurso para diversas aplicações em informação e computação quântica.”

O principal objetivo do trabalho foi estudar a contextualidade sob o ponto de vista das chamadas teorias de recurso, que fornecem a estrutura matemática adequada para que se trate uma propriedade física como um recurso.

“Nesse trabalho, a nossa principal contribuição foi derivar uma classe de operações livres para contextualidade, com uma interpretação física bem clara e uma parametrização explícita e amigável”, diz Amaral. “Com isso, a gente fecha um dos principais problemas em aberto na busca por uma teoria de recursos para contextualidade”

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