Com a adesão ao projeto, brasileiros poderão agora disputar vagas com cientistas e engenheiros dos países-membro para trabalhar no maior acelerador de partículas do mundo
A Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear (CERN), que opera o maior acelerador de partículas do mundo, o Large Hadron Colider (LHC), anunciou a abertura de inscrições para que físicos, engenheiros e profissionais de diversas áreas possam disputar uma vaga de trabalho e estudo em Genebra, na Suíça, em dois tipos de projeto. Os contratos são temporários, mas nada impede que não sejam prorrogados ou efetivados por tempo indeterminado.
“Esse é um dos pontos muito positivos de o Brasil ter se tornado associado, permitindo a formação de pessoal, enriquecendo a experiencia profissional em ambiente internacional, principalmente em início de carreira. E é algo que se leva para a vida inteira”, diz o físico Leandro de Paula, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e membro do Comitê Técnico e Científico da Rede Nacional de Física de Altas Energias (RENAFAE).
E as vagas não são apenas para físicos e engenheiros, mas profissionais para as diversas áreas que integram o CERN, como Relações Internacional, Recursos Humanos, Segurança, etc. “Essa associação com o CERN tem o lado científico, mas tem também há chamadas para que empresas possam suprir o LHC. É um efeito colateral positivo da nossa associação”, afirma Leandro. “Mas perdemos uma chamada mais para pesquisadores e contratos mais longos, mas ainda pegamos essa. Mas são chamadas que acontecem todo ano na medida da necessidade deles.”
Quem está interessado nas vagas, pode consultar o Programa ORIGIN e o Programa QUEST. O ORIGIN é destinado a profissionais com dois anos de experiência após a pós-graduação, ou com no máximo dois anos após o Bacharelado ou Mestrado com atuação no campo técnico em serviços de apoio como Finanças, RH, Relações Internacionais, Jurídico, entre outros. O prazo do contrato varia de seis meses a 24 meses, podendo se estender por até 36 meses, com salário mensal de 4,5 mil francos suíços ou cerca de R$ 25 mil. Já o QUESTE exige pós-graduação com experiência de até seis anos ou doutorado com no máximo três anos de experiência, em 11 áreas de atuação, da Física Aplicada aos Serviços de Suporte.
(Colaborou Roger Marzochi)