Um dos conceitos básicos do eletromagnetismo clássico é que cargas elétricas em movimento geram um campo magnético, e que campos magnéticos variando no tempo geram campos elétricos. Uma observação empírica é que não existem cargas magnéticas isoladas, somente dipolos Norte-Sul: uma partícula constituída exclusivamente de polo norte nunca foi isolada.
Contudo, quando os físicos mergulham no campo da eletrodinâmica non-linear, incluindo aí sua versão quântica, novas manifestações magneto-elétricas podem surgir.
Ao manipular as equações de Maxwell de forma não-linear, um trio de pesquisadores no Brasil e na Rússia encontrou uma solução que descreve uma carga elétrica gerando, além de campos elétricos, uma configuração de campo magnético da mesma forma do que seria gerado por um monopolo magnético. Isso significa que na solução encontrada o campo magnético cai com o quadrado da distância à carga elétrica, em contraste com o usual campo de dipolo que cai com o cubo da distância.
Para chegar ao resultado, os pesquisadores omitiram todos os termos da equação que pudessem ser considerados, sob certas circunstâncias, não-essenciais para a existência da solução apresentada. Com isso, acharam o caminho mais curto a descrever o fenômeno. Em conclusão, o artigo demonstra que uma carga elétrica é também magnética se colocada na presença de campos elétricos e magnéticos específicos.
A existência de monopolo magnético não violaria nenhuma lei fundamental da Física, mas, como partícula livre, nunca foi detectado.
O artigo tem como primeiro autor Tiago Carlos Adorno, do Instituto de Física da USP, e foi publicado em 31 de agosto na “Physical Review D” como Rapid Communication.
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