Os materiais bidimensionais – dos quais o grafeno, estruturado como uma única camada de átomos de carbono, é o mais conhecido – estão ganhando cada vez mais importância em pesquisa e desenvolvimento, por conta de suas propriedades tão inusitadas quanto úteis em aplicações tecnológicas.
Recentemente, dois trabalhos com envolvimento de pesquisadores brasileiros publicados nos prestigiosos periódicos “Physical Review Letters” e “Reviews of Modern Physics” mostram como o país tem efetiva participação na área.
Usando como protótipo uma monocamada de estrôncio e oxigênio, o grupo de L. Seixas, A.S. Rodin, A. Carvalho e A.H. Castro Neto (todos do Graphene Research Centre, da Universidade Nacional de Singapura, com L. Seixas também vinculado ao MackGraphe, da Universidade Presbiteriana Mackenzie, em São Paulo) investigou a relação entre a dispersão de banda incomum que tem a forma de um sombrero, o tradicional chapéu mexicano, e as propriedades de ferromagnetismo e ferroelasticidade em materiais bidimensionais.
Para tanto, eles usaram uma combinação de métodos analíticos, fenomenológicos e de princípios elementares, descritos em artigo publicado no “PRL” em 20 de maio. Com isso, mostraram que um material com banda de dispersão de sombrero pode ser ferroelástico ou paraelástico, dependendo do número de camadas, além de caracterizar em que condições pode surigr uma inesperada fase multiferroica.
Já o grupo composto por V. Meunier, do Instituto Politécnico Rensselaer, em Nova York, M.S. Dresselhaus, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, em Cambridge (EUA), e a dupla A.G. Souza Filho e E.B. Barros, do Departamento de Física da Universidade Federal do Ceará, em Fortaleza, realizou um proverbial sobrevoo sobre o panorama das pesquisas de materiais bidimensionais baseados em carbono.
Em seu artigo de revisão publicado no “RMP” em 24 de maio, eles traçam um panorama dos últimos 20 anos de pesquisa e destacam seu impacto, que “levou a várias descobertas fundamentais que tiveram papel central na compreensão de muitos aspectos da física de materiais e suas aplicações”. “Muito desse progresso foi permitido pelo desenvolvimento de novas técnicas para preparar, modificar e montar materiais de número baixo de dimensões em dispositivos”, prosseguem.
Para ler o artigo do “PRL”, clique aqui (só para assinantes) ou aqui (acesso livre).
Para ler o artigo do “RMP”, clique aqui (resumo de acesso livre, texto completo só para assinantes).