Pela primeira vez, um grupo internacional de cientistas conseguiu fazer uma medição do espectro — a “assinatura de luz” — de um átomo de anti-hidrogênio.

O resultado, que tem participação brasileira, foi publicado online em 19 de dezembro no periódico “Nature” e abre um novo caminho para investigar um dos maiores mistérios do cosmos: por que ele é feito todo de matéria, e não de antimatéria.

O experimento ALPHA, instalado no CERN, o centro europeu de física de partículas, se especializou em fabricar e aprisionar átomos de anti-hidrogênio, uma versão “espelhada” do clássico átomo de hidrogênio.

Graças a uma atualização do experimento, rebatizado ALPHA-2, os cientistas não só conseguiram produzir e capturar de forma estável átomos de anti-hidrogênio, como também conseguiram excitá-los com laser, e assim obter uma assinatura espectral de um estado excitado do anti-hidrogênio.

A teoria predizia que essa assinatura seria exatamente igual à do hidrogênio, e foi isso que se verificou até a décima casa decimal.

Novos resultados esperam melhorar essa precisão em busca de uma diferença entre hidrogênio e anti-hidrogênio, que pudesse explicar a preferência pela matéria, em vez da antimatéria, observada no cosmos.

O trabalho contou com a participação de Claudio Lenz Cesar, Rodrigo Lage Sacramento e Daniel de Miranda Silveira, do Instituto de Física da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro).

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