A força nuclear forte, a principal força entre prótons e nêutrons no interior dos núcleos atômicos, é mediada por partículas chamada glúons. Descritas pela teoria da cromodinâmica quântica (QCD, em inglês), o cálculo exato das amplitudes das interações entre os glúons ainda é um problema em aberto na física moderna. Pesquisadores do Instituto Sul-Americano para Pesquisa Fundamental (ICTP-SAIFR) e do Instituto de Física Teórica da UNESP (IFT-UNESP) descobriram como calcular essas amplitudes em uma versão simplificada da QCD.

Os físicos Carlos Bercini, Vasco Gonçalves e Pedro Vieira, publicaram o resultado em março na revista Physical Review Letters. Eles estudaram uma versão simplificada da QCD, conhecida como N=4 Super Yang Mills. “Nessa QCD simplificada foi conjecturado que a amplitude da interação entre glúons é dual a outro objeto”, Bercini explica no vídeo. “Dual significa que dois objetos diferentes são na realidade a mesma coisa ou possuem a mesma descrição. A amplitude de seis glúons é dual a interação de três objetos com spin.”

“Nesse trabalho fomos capazes de usar as propriedades dessa QCD simplificada para verificar a conjectura da dualidade e construir a função de correlação”, diz o físico. “Isso é importante porque uma das maneiras de avançar em física é descobrir descrições complementares para o mesmo objeto.”

A pesquisa teve apoio financeiro da CAPES e da FAPESP.

Artigo científico
Light-Cone Bootstrap of Higher Point Functions and Wilson Loop Duality
Carlos Bercini, Vasco Gonçalves e Pedro Vieira
Phys. Rev. Lett. 126, 121603 – 26 de março de 2021 

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