Foi publicado nessa segunda, dia 12 de abril, o quadro de medalhas da Olimpíada Brasileira de Física de 2020 (OBF/2020), a primeira edição da competição a ser realizada online.
A decisão de fazer a primeira OBF online foi tomada no início de agosto de 2020, com o estabelecimento da pandemia do Covid-19. “Tendo em vista o pouco tempo de preparação e o novo formato, foi um desafio organizacional, técnico e logístico realizar um evento que, acreditamos, preservou os aspectos essenciais da OBF: competição em três fases, aplicadas com nível de crescente de dificuldade, e com prova experimental com kit próprio”, conta Ricardo Andreas Sauerwein, Coordenador Acadêmico da OBF, que relata os desafios desta edição no texto a seguir.
Na parte técnica, considerando que apenas a prova da 1ª Fase é do tipo de múltipla escolha, houve a necessidade de criar uma interface na internet para receber e avaliar as resoluções completas dos problemas da prova feitas pelos estudantes, enviadas na forma de fotos obtidas por em geral por smartfones. A interface desempenhou a função de site de aplicação de provas da OBF/2020.
Cerca de 16 mil estudantes devem ter participado na OBF/2020. Como não há necessidade de inscrição para realizar a prova da 1ª Fase, o número é uma estimativa baseada no número de acessos aos cadernos de questão feitos no horário de abertura da primeira prova.
Dos 7441 estudantes inscritos e classificados para prosseguir na competição, 4665 fizeram a prova especial teórica da 1ª e 2ª fases. Eles enviaram cerca de 45 mil registros com respostas diretas e 24 mil imagens com resoluções completas de questões.
Para a terceira fase experimental foram enviados 1422 kits experimentais, um para cada cada estudante classificado. A participação na prova experimental foi de1203 estudantes, que enviaram cerca de 12 mil imagens com as resoluções das questões da prova.
As notas das provas realizadas no site de aplicação foram transferidas para os bancos de dados da OBF na SBF. Assim os registros da competição, que são um patrimônio da OBF e da SBF, estão preservados de modo institucional. Eles são uma fonte de informações objetivas sobre a história da competição.
A queda substantiva de participação na edição de 2020 em relação à de anos anteriores poderá ser vista como mais um impacto da pandemia do Covid-19 sobre uma atividade complexa, envolvendo organizadores, escolas e estudantes.
A OBF/2020 dificilmente teria sido realizada sem a estrutura decentralizada criada pelo Prof. Munemasa Machida, em seu período como coordenador geral. Graças a ela, além de realizar a OBF/2020, aumentamos nossa participação nas olimpíadas internacionais. Além das três competições que temos participado regularmente – IPhO (internacional), EuPho (européia) e OIbF (iberoamericana) – este ano também participamos da NBPhO (países nórdicos e bálticos). Exceto a IPhO, que foi realizada de modo distribuído, as demais foram feitas no formato online. Na OIbF, além da participação, tivemos papel ativo na formulação do regulamento, no comitê organizador e na cessão do servidor e plataforma de aplicação de provas virtuais.
A OBF é realizada de maneira ininterrupta desde 1999. É um projeto de grande inserção social da SBF realizado, em grande parte, pelo trabalho voluntário dos seus 23 coordenadores estaduais e dos membros de seus comitês nacional e internacional. Entre os principais objetivos da OBF está o de oferecer desafios aos estudantes. E em 2020, todos fomos desafiados.