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Gráfico de rede representa colaboração entre grupos de pesquisa em nanomateriais de carbono no Brasil ao longo dos últimos 10 anos.

Os grupos de pesquisas brasileiros de nanotubos de carbono e grafeno colaboram por meio do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Nanomateriais de Carbono (INCT-CN), apoiado pelo CNPq e pela FAPEMIG. São mais de 100 pesquisadores trabalhando em 25 instituições que incluem universidades, institutos e empresas de nove estados brasileiros. Um estudo publicado na revista Brazilian Journal of Physics conta a história das origens dessa rede de pesquisa, desde os anos 1990, analisando em detalhe sua expansão nos últimos 20 anos, com dados sobre o aumento do número de pesquisadores, de colaborações nacionais e internacionais e do aumento da quantidade e do impacto de sua produção científica.

“A evolução nos últimos 10 anos demonstra a criação e permanência de grupos de pesquisa em diferentes regiões do Brasil, o estabelecimento de diversas conexões de pesquisa entre os grupos já estabelecidos e os novos grupos desse tema tão importante para o desenvolvimento e a inovação brasileira”, afirma Solange Fagan, física da Universidade Franciscana (UFN) de Santa Maria, no Rio Grande do Sul, uma das autoras do artigo, junto com Laura Geracitano, da UFN, e Marcos Pimenta, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

De acordo com sua análise cientométrica, entre 1998 e 2018, pesquisadores de nanomateriais de carbono no Brasil produziram um total de 730 artigos científicos, com mais de 33.800 citações – cada artigo com um número médio de 46 citações.

Fagan e seus colegas destacam no artigo a influência fundamental da física norte-americana Mildred Dresselhaus (1930-2017), uma das pioneiras e líderes mundiais da pesquisa em nanomateriais de carbono. Entre o fim da década de 1990 e início dos anos 2000, Dresselhaus recebeu uma série de estudantes brasileiros de doutorado e pós-doutorado em seu laboratório no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), nos Estados Unidos. Logo após seu retorno ao Brasil, os orientados de Dresselhauss colaboraram na criação de diversos grupos de pesquisa no país, realizando estudos experimentais e teóricos.

A colaboração entre esses grupos resultou na criação da Rede de Pesquisa em Nanomateriais de Carbono, em 2004, que por sua vez deu origem ao INCT-CN, em 2009, cujo projeto foi renovado ano passado, pelo CNPq. O mais recente avanço da rede foi a inauguração de uma nova sede para Centro de Tecnologia em Nanomateriais e Grafeno, o CTNano, da UFMG, com o objetivo de transpor a barreira entre a produção científica na universidade e sua aplicação tecnológica nas empresas.

Artigo Científico
History and National Initiatives of Carbon Nanotube and Graphene Research in Brazil
Marcos A. Pimenta, Laura A. Geracitano e Solange B. Fagan
Brazilian Journal of Physics (2019) 49:288

Contato para imprensa
Igor Zolnerkevic
Assessor de comunicação
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