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O Brazilian Journal of Physics (BJP), tradicional periódico da Sociedade Brasileira de Física, atingiu o maior fator de impacto de sua história nos dados consolidados em 2017: 1,082.

O BJP vem num crescendo nos últimos anos. Em 2012, seu fator de impacto era 0,598. Em 2013, 0,683. Em 2014, atingiu 0,810. Em 2015, 1,042 — pela primeira vez, acima de 1, a meta estabelecida pelos editores no início desta nova fase. Em 2016, houve uma queda momentânea para 0,732. E, agora, os números de 2017 o trazem mais uma vez acima de 1 e com o maior valor de toda a história.

“A comunidade de físicos no Brasil precisa apoiar o BJP e se convencer de que é importante termos no Brasil um jornal de Física de visibilidade internacional”, diz Marcos Pimenta, presidente da SBF. “Infelizmente, ainda existem cursos de pós-graduação em Física no Brasil que desconsideram artigos publicados no BJP em suas avaliações. Se os físicos brasileiros acreditarem e passarem a publicar bons artigos na revista, seu parâmetro de impacto aumentará, ela se tornará mais atrativa, criando assim uma espiral positiva para seu crescimento.”

Confira a seguir uma rápida entrevista com o Prof. Antonio Martins Figueiredo Neto, atual editor-chefe do BJP.

SBF – O valor atingido agora é o maior da história da publicação. Quais, na sua opinião, são as causas deste sucesso inédito? 

Antonio Martins Figueiredo Neto – A política editorial implementada tem surtido efeito. Ela contempla o convite a pesquisadores do mundo todo para que escrevam artigos de revisão sobre determinados assuntos de pesquisa, publicados regularmente no BJP. Alem disso a equipe de editores associados tem trabalhado com um conjunto de revisores de alto nível que faz com que a qualidade dos artigos publicados seja muito boa. Isso se reflete num maior reconhecimento da comunidade científica da Física sobre a qualidade da revista.

SBF – Ele chegou a 1 no passado recente, voltou a cair, e tornou a subir, agora batendo o recorde anterior. Essas pequenas flutuações são normais e esperadas ou algo explica essa oscilação?

Antonio Martins Figueiredo Neto – Flutuações são esperadas, na medida em que o número de artigos publicados ainda é pequeno. Na medida em que o reconhecimento internacional aumente, esperamos flutuações menores. Entretanto, não estamos imunes a flutuações, que ocorrem mesmo em revistas mais bem estabelecidas. Isso vai depender bastante da comunidade considerar que este mecanismo de divulgação internacional de resultados científicos importantes está disponível a ela e que tem um reconhecimento internacional.

SBF – É um desafio enorme aumentar a relevância de um periódico, que passa por encontrar sua melhor vocação e adquirir gradualmente maior prestígio entre os pesquisadores. Dá para dizer que o BJP já “se encontrou”, por assim dizer? Ou seja, já sabemos qual linha editorial funciona melhor para ele?

Antonio Martins Figueiredo Neto – Acho que sim. A ideia de termos bons artigos de revisão tem se mostrado adequada. Colocar a qualidade dos artigos a serem publicados em primeiro lugar é essencial para que a revista seja reconhecida como um veículo que difunde resultados com impacto na área da Física. O índice de manuscritos rejeitados é bastante elevado.

SBF – Sabemos que o ambiente de publicações científicas é extremamente competitivo. Considerando o percurso feito até agora, é possível ser ainda mais ambicioso e querer fazer o fator de impacto do BJP crescer ainda mais nos próximos anos? Ou estamos perto do teto para ele?

Antonio Martins Figueiredo Neto – Acredito que não tenhamos atingido um patamar. Nosso trabalho vai no sentido de melhorar o impacto da revista no cenário internacional. Obviamente isso depende da comunidade de Física brasileira, em primeiro lugar, se servir deste veículo de divulgação de seus bons resultados. Esse é um processo de convencimento que temos feito, com algum sucesso. Entretanto, o trabalho ainda precisa ser incrementado.