Em seu recente livro “To Explain the World: The Discovery of Modern Science”, o físico e prêmio Nobel norte-americano Steven Weinberg descreve os tortuosos caminhos da história que culminaram com a descoberta dos métodos usados na ciência moderna e seus impactos no avanço do conhecimento humano e na consequente melhoria da qualidade de nossas vidas.

Hoje sabemos que a ciência avança graças ao chamado método científico. As grandes descobertas tem sempre de passar pelo seu rigoroso crivo antes de serem aceitas pelas comunidades científicas.

Entretanto, nós cientistas devemos estar sempre atentos a tentativas de disseminação de “teorias” sem comprovação científica. Exemplos abundam: criacionismo, Terra plana, movimentos antivacinação, astrologia, para citar apenas alguns poucos.

Nesse sentido, a Diretoria da SBF externa sua preocupação em relação à recente inclusão de dez novas “Práticas Integrativas e Complementares” no Sistema Único de Saúde (SUS), tais como bioenergética, constelação familiar, cromoterapia, imposição de mãos, entre outras, que não foram validadas por testes baseados em evidências científicas.

De acordo com o Conselho Federal de Medicina, apenas no ano passado o Ministério de Saúde destinou R$ 17,2 bilhões para o programa que financia essas práticas pseudocientíficas, mais de 4 vezes o orçamento de todo o Ministério de Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações. O uso de dinheiro público para custear tratamentos que não possuem nenhum fundamento científico deveria ao menos ser discutido de forma ampla com as sociedades científicas.

Links do CFM:
– Para CFM, práticas integrativas incorporadas ao SUS não têm fundamento científico
– Incorporação de práticas integrativas no SUS ignora prioridades na alocação de recursos