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Já dizia Richard Feynman: “Acho que posso dizer com segurança que ninguém entende a mecânica quântica.” Com isso, ele queria dizer que a lógica clássica que impera em nosso modo de pensar não se aplica ao misterioso conjunto de regras que rege o comportamento de partículas.

Contudo, se ninguém intuitivamente “entende” a mecânica quântica, ainda assim há muitos meios de testar e verificar propriedades específicas da mecânica quântica enquanto teoria. E agora um trabalho envolvendo pesquisadores da Suécia, da Suíça e do Brasil usou um arranjo experimental envolvendo jogos de comunicação para revelar um aspecto específico da teoria quântica.

“Esse trabalho consiste em usar jogos de comunicação, que são jogos que envolvem duas partes, e comunicação entre essas partes, mas uma comunicação restrita entre elas”, diz Breno Marques, pesquisador do Instituto de Física da Universidade de São Paulo e co-autor do trabalho, publicado em 29 de novembro no “Physical Review Letters”.

“Essa comunicação pode ser dada por um sistema clássico ou quântico. E, a partir desse processo, nós mostramos que esse tipo de jogo pode testar a teoria da mecânica quântica e revelar que ela é uma teoria que é contextual de preparação.”

O que isso quer dizer? Um sistema físico pode ser preparado em um mesmo estado de diferentes maneiras. Se não há um conjunto de medidas que consiga distinguir entre qual maneira o estado foi preparado, a teoria que descreve o sistema físico é dita não-contextual de preparação.

Ao calcular matematicamente jogos de comunicação regidos pela mecânica quântica, os pesquisadores chegaram à conclusão de que ela é contextual de preparação. E então realizaram um experimento análogo usando fótons únicos, em que o momento deles – um dos graus de liberdade da partícula – servia como portador de informação num jogo de comunicação, e obtiveram resultados muito próximos dos previstos pela teoria.

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