O caos que se forma em grandes fluxos de pedestres pode parecer incontrolável. É por isso que, por exemplo, há no metro de Londres instruções explícitas para que as pessoas utilizam apenas um degrau nas escadas rolantes fiquem à esquerda, deixando um corredor para a passagem de quem está com pressa, subindo ou descendo os degraus. A noção de senso comum é a de que, sem solicitar a cooperação delas, isso jamais aconteceria, e todos se distribuiriam aleatoriamente pela escada rolante. Certo?

Bem, a física mostra que não precisa ser assim. É possível moldar as paredes de um corredor em zig-zag assimétrico e, com isso, organizar naturalmente o fluxo de pessoas contra-propagantes, neste corredor, criando duas pistas, uma para cada sentido, sem causar desordem. Curiosamente se as paredes são planas o fluxo tende a ser desordenado e surgem engarrafamentos.

 Não acredita? Os efeitos foram demonstrados através de simulações de dinâmica molecular e publicados no Physical Review X em 7 de janeiro por um grupo de pesquisadores do Departamento de Física da Universidade Federal do Ceará, em Fortaleza, em parceria com pesquisares do Instituto de Física da Universidade de São Paulo e da ETH Zürich, na Suíça.

“Usando simulações numéricas e cálculos analíticos do movimento de partículas auto-propelidas por canais com paredes de formas diferentes, determinamos precisamente as condições em que faixas auto-organizadas quebram a simetria esquerda-direita e se ligam à parede esquerda”, escreveram os pesquisadores C. L. N. Oliveira, A. P. Vieira, D. Helbing, J. S. Andrade, Jr. e H. J. Herrmann. “Nossas descobertas poderiam influenciar o design tanto de canais de microfluidos como estações de trânsito de escala humana.”

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