A situação dramática do financiamento da ciência brasileira chegou às páginas da edição de outubro da revista internacional “Physics World”, ligada ao IOP (Institute of Physics), no Reino Unido.
Com o título “Redução de orçamento atinge física brasileira”, o artigo assinado por Henrique Kugler reporta sobre os movimentos organizados em defesa da ciência brasileira, como as Marchas pela Ciência e um abaixo-assinado assinado por cerca de 80 mil pessoas para o restabelecimento do orçamento para ciência, tecnologia e inovação.
“Como resultado dos cortes, grandes agências científicas estão ficando sem dinheiro”, diz o texto. “O CNPq, por exemplo, pode não ser capaz de pagar funcionários e pesquisadores neste mês, enquanto outros grandes centros de ciência e pesquisa como o Observatório Nacional e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais também enfrentam restrições de fluxo de caixa.”
Um dos ouvidos pela reportagem foi Ronald Shellard, presidente do CBPF (Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas), onde a situação está entre as mais dramáticas. “A má notícia é que o dinheiro vai acabar em meados de setembro.” O setor de comunicação do CBPF chegou a criar um “relógio do juizo final”, inspirado pela iniciativa original do Boletim dos Cientistas Atômicos que usavam o relógio como uma metáfora para o tempo que restava até uma guerra nuclear. “2017 pode ser o ano em que o relógio da ciência brasileira se aproxima de sua meia-noite.”
Ildeu de Castro Moreira, presidente da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência), também foi ouvido pela reportagem, e diz que, “se nenhuma ação for tomada, o futuro da ciência e tecnologia brasileiras será dramático”.
Procurados pela revista, representantes do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) preferiram não se manifestar, indicando apenas que estão se esforçando para restabelecer o orçamento originalmente previsto para este ano.
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