Era um lance polêmico de uma partida de futebol do Campeonato Paulista. Mas, nas mãos de um professor ligado ao Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Santa Catarina, tornou-se um problema para ser resolvido com os alunos em sala de aula, envolvendo astronomia e geometria.
Em 12 de fevereiro de 2017, Santos e RB Brasil se enfrentaram no Pacaembu, em São Paulo. Aos 47 minutos do segundo tempo, o goleiro do RB Brasil consegue espalmar uma bola, mas o árbitro diz que ele o fez depois que ela já havia cruzado totalmente a linha de gol. O lance polêmico definiu a vitória santista por 3 a 2 e se tornou matéria-prima para programas esportivos na TV.
Marcelo Schappo, contudo, foi além da típica análise de replays e reformulou o caso para uma situação-problema a ser abordada em sala de aula. Em artigo publicado em “A Física na Escola”, revista da Sociedade Brasileira de Física, apresentando sua experiência ao resolver o caso com uma turma de nível médio.
A chave para solucionar a questão foi usar a sombra projetada pela bola sob o Sol para determinar se ela havia cruzado ou não a linha. E o que chama a atenção é a multidisciplinaridade do caso – a situação envolve astronomia, óptica, geometria, trigonometria e educação física (essa última, entrando com as regras do jogo).
Schappo acredita que o exemplo pode ser inspirador para outros professores, que muitas vezes estão imersos demais em preocupações com cumprir cronogramas e apresentar conteúdo programático para ter ideias novas que levem a um engajamento maior dos alunos.
“O artigo tenta fazer um pouco esse papel, ou seja, mostrar aos professores que estão, como eu, em sala de aula cotidianamente que existem alternativas metodológicas para sair da mesmice”, diz Schappo. “Eu não defendo que os professores tenham de ‘reinventar a roda’ todos os dias, especialmente aqueles que trabalham nas escolas públicas com cargas horárias entre 40h e 60h semanais. No entanto, isso não tira do professor a responsabilidade de tentar trazer uma educação de qualidade aos estudantes. Parte desse processo pode ser conseguido através de metodologias didático-pedagógicas de cunho construtivista, colocando o aluno como um ser crítico e participativo no processo de aprendizagem.”
E, no fim das contas, o árbitro acertou ou errou? Leia o artigo e descubra!
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