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Imagem com fundo preto e uma fita de luto. Ao centro a foto de uma senhora loira, a pesquisadora e física Thereza Borello-Lewin.

É com imenso pesar que comunicamos o falecimento da professora Thereza Borello-Lewin, livre-docente do Departamento de Física Experimental, professora sênior aposentada do IFUSP. O passamento ocorreu no dia 28 de maio. O velório foi realizado no dia 30/05 no Cemitério Campo Grande, em São Paulo

A professora Thereza fez parte de uma família de físicos. O professor Borello, seu pai, migrou da Itália para o Brasil nos anos 30; foi professor de física no Colégio Dante Alighieri, escola tradicional, em São Paulo. Teve duas filhas – que se tornaram físicas – Ottavia e Thereza. A primeira foi professora e pesquisadora do Departamento de Física da Faculdade de Filosofia Ciências e Letras da USP, nos anos 50, precursor do atual Instituto de Física da USP. Voltou para a Itália tornando-se professora e pesquisadora da Universidade de Turim.

A professora Thereza fez parte da equipe de jovens físicos, nos anos 60, liderada pelo professor Cesar Lattes, no Departamento de Física da FFCL da USP. Em colaboração com a Universidade de Tóquio, desenvolveu estudos de interações nucleares de altíssima energia, produzidas pela radiação cósmica e detectadas em câmaras de emulsões fotográficas (CEFC), expostas no laboratório de Chacaltaia, na Bolívia.

Sob coordenação do Prof. Ernst Hamburger participou da criação de uma nova facilidade experimental no laboratório Pelletron com a instalação de um espectrógrafo magnético tipo Enge, que se tornou o centro de sua pesquisa em Espectroscopia Nuclear. Depois foi lider do Grupo de Espectroscopia Nuclear com Íons Leves e responsável pelo Laboratório de Emulsões Nucleares e Outras Técnicas, com um grupo ligado ao espectrógrafo magnético, com trabalhos de inserção internacional que culmina com assinatura do convênio entre Universidade de São Paulo e o Laboratori Nazionali del Sud – INFN, Catania, Itália, com estreita colaboração para tomada de dados no espectrográfo magnético do laboratório Pelletron e no espectrômetro MAGNEX do LNS/Catania.

Na sua longa carreira no Instituto de Física da USP, publicou dezenas de artigos científicos e foi orientadora de dezenas de jovens, de iniciação científica, mestrado e doutorado.

Fica a nossa lembrança de uma pessoa séria, responsável, metódica e disciplinada que colaborou de forma significativa para a formação de inúmeros jovens, tanto na pesquisa como através do ensino da física durante meio século.