No último final de semana, 20 e 21 de fevereiro, ocorreu o 4th Brazilian Physicists’ Tournament (BPT). O evento foi totalmente remoto e contou com a participação de equipes de estudantes de graduação e mestrado da Universidade Federal do ABC (UFABC), Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Universidade de São Paulo (USP) e Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
Nesta edição a Unicamp se consagrou tricampeã, conquistando a vaga do Brasil para o International Physicists’ Tournament (IPT), que acontecerá de maneira presencial na Universidad Industrial de Santander (UIS) em Bucaramanga, Colômbia, de 9 a 14 de maio (mais informações em https://2022.iptnet.info/). O evento contará com equipes do Brasil, Colômbia, Croácia, Dinamarca, França, Alemanha, Índia, Itália, Holanda, Polônia, Romênia, Rússia, Eslovênia, Suécia, Suíça, Reino Unido e Ucrânia. A equipe brasileira liderada pelos professores Leandro Tessler e Pierre-Louis de Assis ganhou as últimas três edições do torneio nacional. A vaga conquistada no 3rd BPT em 2021 rendeu grandes frutos e a equipe alcançou o segundo lugar no IPT, disputando a final com equipes da Rússia e da Ucrânia. Naquele ano, tanto o campeonato nacional quanto o internacional foram realizados de maneira remota. Ambos podem ser conferidos em https://www.youtube.com/channel/UCPthjqV8yXEbLu_gbPIVP5Q/featured e https://www.youtube.com/watch?v=Pz7u1FlnNVA
A história do BPT começou em 2017 quando a primeira equipe brasileira participou do IPT, naquele ano na Chalmers University of Technology, Gotemburgo, Suécia. A equipe era formada por estudantes de graduação da Universidade Federal do ABC, liderados pelo professor Antonio Alvaro Ranha Neves e pelo estudante Matheus Pessôa. A primeira participação do Brasil foi decisiva para o preparo da equipe para o ano seguinte. Em 2018, uma equipe parcialmente renovada da mesma universidade participou do torneio internacional, dessa vez, no Moscow Institute of Physics and Technology, em Moscou, Rússia. A conquista da medalha de bronze em uma final entre Brasil, França e Suíça foi histórica: o Brasil só participava pela segunda vez do torneio; até hoje apenas França, Rússia, Suíça e Ucrânia ganharam a medalha de ouro!
Com a participação na final, o Brasil garantiu vaga para o ano seguinte sem necessidade de passar pela pré-seleção do torneio. Os estudantes Henrique Ferreira e Ricardo Gitti propuseram-se a realizar uma seletiva nacional, com apoio do reitor Dácio Roberto Matheus, do vice-reitor Wagner Carvalho e do diretor do Centro de Ciências Naturais e Humanas, professor Ronei Miotto. Nascia ali o Brazilian Physicists’ Tournament!
Em 2018, ocorreu a primeira disputa entre UFABC e USP, com vitória da equipe da UFABC, que foi representar o Brasil no IPT de 2019 na École Polytechnique Fédérale de Lausanne, Lausanne, Suíça. O professor Tessler, jurado naquela ocasião, se prontificou em trazer uma equipe da Unicamp para o ano seguinte.
No 2nd BPT, realizado presencialmente na UFABC no final de 2019, a novata Unicamp ganhou dos times da UFABC e USP, garantindo vaga para o IPT 2020. Infelizmente, devido a pandemia de COVID-19, o torneio internacional foi adiado e a Unicamp não conseguiu participar naquela edição.
Após o hiato de 2020, em 2021 o comitê nacional do BPT conseguiu realizar a seletiva nacional em formato online. As salas online foram disponibilizadas pela Comissão de Cultura e Extensão (CCEx) da USP, através do intermédio do pós-doutorando Ricardo Correa da Silva, líder da equipe da USP. Novamente, jurados convidados daquela ocasião nuclearam equipes em suas universidades: dessa vez os professores, Ubirajara Agero Batista e Maria Carolina de Oliveira Aguiar, que trouxeram uma equipe da UFMG para o torneio do último final de semana, também realizado online com apoio da CCEx USP.
Compuseram os jurados da última edição, além dos Team Leaders das suas respectivas equipes, a professora Débora Peres Menezes (UFSC/SBF), professores Cláudio Lenz Cesar (UFRJ), Alexandre Reily Rocha (IFT Unesp), Alberto Tufaile (USP) e Edward Ferraz de Almeida Junior (UFOB), pós-doutorando Diogo Burigo Almeida (Unicamp) e doutorandos Ian Magalhães Braga (UFMG), Matheus Farias (Harvard University) e Bárbara Cruvinel Santiago (Columbia University).
Se você é professor em uma universidade, convidamos a trazer sua equipe para a edição do ano que vem do Brazilian Physicists’ Tournament, ou para ser jurado e conhecer um pouco mais do evento. Nosso contato é iptbrasil.seletiva@gmail.com.
O torneio tem o formato de debates científicos de problemas abertos em física. As equipes de até 6 alunos de graduação e/ou mestrado de qualquer curso, tem cerca de 5 meses para solucionar 10 problemas selecionados pelo comitê do BPT da lista de 17 problemas do IPT (os problemas desse ano podem ser vistos em https://2022.iptnet.info/problems/). Durante o torneio ocorrem os Physics Fights, onde cada equipe assume um papel de apresentador, opositor ou revisor, e devem apresentar a solução do problema, debater a solução proposta e revisar o debate realizado, respectivamente. Os jurados avaliam a pertinência da argumentação física e a profundidade da solução apresentada e da discussão realizada entre os alunos. Tudo em inglês para se preparar para o internacional! É uma experiência altamente enriquecedora para o ensino de física!
Henrique Ferreira dos Santos,
Presidente do BPT