Chapa 2

Presidente: Adalberto Fazzio-USP/SP
Vice-Presidente: Paulo Murilo C Oliveira-UFF
Secretário Geral: Lívio Amaral-UFRGS
Secretário: Oscar N Mesquita-UFMG
Tesoureiro: Eudenilson L Albuquerque-UFRN
Secretária de Ensino: Deise M.Vianna-UFRJ

Proposta

Na reunião do Conselho da Sociedade Brasileira de Física, ocorrida em 19/02/2003, o grupo de professores abaixo se colocou à disposição para concorrer na próxima eleição à Diretoria. Agradecemos a confiança em nós depositada pelo Conselho ao indicar, por unanimidade, a nossa candidatura. Este grupo é formado por:

Adalberto Fazzio (USP) – Presidente;
Paulo Murilo Castro de Oliveira (UFF) – Vice-Presidente;
Lívio Amaral (UFRGS) – Secretário Geral;
Oscar Nassif Mesquita (UFMG) – Secretário;
Eudenilson Lins de Albuquerque (UFRN) – Tesoureiro
Deise Miranda Vianna (UFRJ) – Secretária de Ensino

Reconhecemos e apoiamos as realizações da SBF durante as últimas décadas. Dentre elas destacamos:

- Construção da sede própria;
- Implantação do sistema de informática;
- Realização de eventos científicos com elevado nível;
- Publicação dos ensaios “A Física no Brasil” e “A Física na Próxima Década”;
- Consolidação internacional do “Brazilian Journal of Physics”, e sua conseqüente indexação (ISI);
- Dinamização da “Revista Brasileira de Ensino de Física”, com destaque para a criação do encarte “Física na Escola”;
- Criação da “Olimpíada Brasileira de Física”;
- Oferecimento de seguro saúde.

Estas realizações foram fruto de esforços conjuntos das suas diversas Diretorias e Conselhos.
Constatamos, no entanto, que a SBF, entidade da sociedade civil que congrega professores, pesquisadores, estudantes e demais profissionais que atuam na área de Física em âmbito nacional, não tem conseguido participar efetivamente da definição das políticas científicas, tecnológicas e educacionais, senão por ações isoladas de alguns membros da comunidade.
Entendemos que este objetivo só pode ser alcançado com a participação direta de todos os sócios, através do fluxo contínuo e transparente das informações, a ser articulado pela Diretoria. Isto nos proporcionará condições de sintetizar os anseios da comunidade e elaborar proposições concretas de atuação no âmbito destas políticas.
Sem esgotar todas as possibilidades, passamos a listar sucintamente alguns pontos que consideramos importantes no cenário nacional.

No nível médio, o ensino de Física foi bastante depreciado nas escolas públicas nas últimas décadas. O mesmo fenômeno é observado também no caso das demais ciências naturais. Como a motivação do jovem para uma futura carreira científica começa no ensino médio, esta depreciação pode comprometer de forma irreversível a formação de profissionais na área. Além disso, deve-se notar que a Física tem sofrido nos últimos anos transformações que em geral não são transmitidas aos professores do ensino médio de forma coordenada. Iremos incentivar e fortalecer encontros e simpósios, visando os professores do ensino médio, com o intuito de sanar este problema.

Nos cursos de graduação de nossas universidades, há pelo menos dois problemas distintos relativos ao ensino de Física. Primeiro, diferentes cursos de graduação, nas engenharias e ciências naturais (biologia, química etc.), estão atualmente sofrendo reformulações importantes. No caso das disciplinas de Física Básica, observa-se uma mera diminuição da carga didática e conteúdo, sem critérios técnicos bem definidos e unificados. Este cenário se agrava no momento atual em que a Física adquire marcante influência interdisciplinar. Segundo, a própria graduação em Física enfrenta problemas, principalmente na formação de professores para o ensino médio, onde há uma demanda crescente que não tem sido adequadamente atendida pelo sistema universitário público.

A formação de mestres e doutores em Física teve um crescimento qualitativa e quantitativamente notável nas últimas décadas, proveniente de uma bem sucedida política nacional de Pós-Graduação. Interessante seria se a demanda social por educação superior fosse gerada por um mercado de trabalho que exigisse as habilidades proporcionadas pelo sistema educacional. No entanto não se observou, em paralelo neste mesmo tempo, uma política industrial e tecnológica da sociedade produtiva que desenvolvesse este mercado de trabalho. A pesquisa científica do país ainda está completamente restrita ao ambiente acadêmico das instituições de pesquisa e universidades públicas. Uma das conseqüências deste desbalanceamento é uma população crescente de eternos bolsistas. Acrescente-se a estes problemas o fato do valor das bolsas não ter sido reajustado nos últimos 8 anos. Recentemente, acrescentou-se também a este cenário uma injustificável diminuição do número de bolsas. Achamos assim imprescindível o aumento do número e valor das bolsas, bem como importante discutir a implementação de auxílios complementares como, por exemplo, seguro saúde e auxílio família para os bolsistas, como é feito no exterior.

No final da década de 70, o CNPq instituiu um programa de apoio a pesquisadores com produção científica através de concessões de bolsas de produtividade em pesquisa (BPPq). Nas últimas décadas a comunidade científica brasileira, em particular a Física, cresceu muito, mas o total das BPPq disponível manteve-se constante nos últimos 6 anos. Esse fato criou no sistema uma competitividade pouco salutar, que tem como uma de suas conseqüências o risco da priorização de projetos menos audaciosos e originais. O momento atual é grave, onde inúmeros pesquisadores produtivos não estão sendo contemplados com BPPq, criando uma situação onde o sistema agora divide “quem faz pesquisa” de “quem também faz”.

O fomento à pesquisa científica no Brasil (por exemplo, criação dos fundos setoriais e redes de pesquisa) passou por uma grande reformulação na última década. Com isto, o chamado “atendimento de balcão” (fluxo contínuo) foi praticamente extinto, priorizando-se os programas induzidos. Este comportamento merece uma atenção especial, pois enquanto certas sub-áreas/temas de pesquisa de uma área do conhecimento, pela sua natureza são mais propensas ao trabalho em rede, outras dificilmente se destinam a isto. Neste contexto é relevante que a SBF estabeleça uma discussão e sistematize as opiniões e sugestões da comunidade para defendê-las junto aos órgãos de fomento e estruturas universitárias.

Outro ponto de importância que achamos deva ser melhor conhecido é a inserção do físico na sociedade: desde a criação da SBF várias gerações de profissionais foram formadas, e existem poucos dados coletados sobre as áreas de atuação daqueles não vinculados ao sistema acadêmico; mesmo na academia, faltam dados sobre a inserção profissional diferenciada (por região, por sexo, etc...). Pretendemos investir na obtenção desse mapeamento, o que deve ajudar a SBF a se aproximar da realidade do profissional de Física e a expandir o seu próprio alcance.

A nossa proposta é abrir discussão sobre estes e outros pontos, de forma ampla e transparente, com todos os sócios da SBF. Para tanto, pretendemos revitalizar o boletim informativo, oferecendo aos sócios a oportunidade para expressarem suas opiniões, promover discussões durante as reuniões temáticas específicas para tratar de algum assunto de importância imediata. É nosso pensamento que todos os membros da Diretoria atuem de forma coletiva e articulada no enfrentamento destes grandes desafios.
Esperando contar com seu apoio, subscrevemo-nos.


Atenciosamente,

Adalberto (fazzio@if.usp.br)
Paulo Murilo (pmco@if.uff.br)
Lívio (amaral@if.ufrgs.br)
Oscar (mesquita@fisica.ufmg.br)
Eudenilson (eudenilson@dfte.ufrn.br)
Deise (deisemv@if.ufrj.br)


Sobre a SBF


Histórico
Estatutos
Diretoria e Conselho
Comissões
Eleições 2003

Notícias

Publicações
Anúncios
Informes da diretoria
Olimpíadas de Física
Links